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Buzinão pela reabertura da urgência pediátrica em Viseu

Viseu  /  2024-08-14

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Cerca de 50 veículos “vestidos a rigor” percorreram esta sexta-feira 11 quilómetros em Viseu, debaixo de um buzinão com bandeiras e tarjas a exigirem “urgências já”, numa iniciativa de um movimento cívico que luta pela reabertura das urgências pediátricas.

“Felizmente ainda não precisei, mas vivo com o medo constante de ter de precisar, porque o meu filho tem dois anos e está naquela fase da descoberta e corre tudo e é muito irrequieto. O meu medo é que ele se magoe”, desabafou Catarina Domingos.

Esta mãe admitiu que se juntou ao buzinão “motivada pelo Afonso”, o filho, “e também pelos sobrinhos”, cuja regra agora imposta na família é “a partir do final da tarde já não há correrias, nem brincadeiras, porque o medo é muito”.

“É muito grave não haver urgências em Viseu, ainda por cima sendo um hospital central”, acrescentou Catarina Domingos que disse ter tido conhecimento da iniciativa por uma amiga.

Uma opinião partilhada por José Bento, pai e avô de crianças, que disse “não compreender” a cidade em que vive, “porque Viseu não é uma pequena localidade nem é um centro de saúde, mas sim de um hospital enorme”.

“Isto até é uma causa desnecessária, porque como é que se fecham urgências? Se para adultos já é mau, quanto mais para as crianças! Isto é injustificável nos tempos em que vivemos e ninguém merece isto. Se é para isto que agente trabalha e vive, acho que cada vez vale menos vivermos”, desabafou.

José Bento admitiu ainda que “já não se consegue viver da mesma forma, porque não se consegue descansar”, apesar de reconhecer que “a preocupação com crianças é constante, mas agora é maior”.

“Tenho um espaço grande em casa e agora a minha filha já não vem brincar cá para fora, precisamente porque se acontece alguma coisa como é que é? Para onde é que vou? Ficamos a pensar nisso e acabamos por estarmos todos mais limitados, inclusive as crianças” nas brincadeiras, contou.

Organizado por o movimento cívico, intitulado Unidos Pelas Crianças, o buzinão percorreu parte da circunvalação que rodeia o centro de Viseu, e deu a volta à Praça da República, vulgo Rossio, onde acabou por chamar mais atenção a quem passeava.

“Eu não sabia desta iniciativa se não ter-me-ia juntado, porque não se compreende este encerramento, portanto, é bom que quem manda nos ouça e é bom que lutemos pelos nossos direitos”, disse à agência Lusa o casal Simone e Fernando.

Com a filha criança entre eles, o pai reconheceu que “felizmente ela não é muito de adoecer e são raras as vezes” que se dirigem à urgência pediátrica, “mas se for preciso…”. “Nem quero pensar”, acrescentou a mãe.

Ao longo de 11 quilómetros, em pouco mais de meia hora, cerca de 50 veículos, fizeram-se ouvir na cidade e provocaram “buzinas de apoio” a quem circulava em sentido contrário e na mente destes pais já está outra iniciativa.

“Temos vindo para a rua todas as semanas, desde o dia 01 de junho. Temos mostrado o nosso desagrado e não nos vamos calar nem baixar os braços, porque não podemos, são as nossas crianças”, reconheceu Helena Fonseca.

Assim, no dia 29 de junho, o movimento vai estar no Parque Aquilino Ribeiro, comummente chamado de parque da cidade, junto ao Rossio, a marcar presença nas atividades que ali decorrem durante os meses de verão.

Notícia PORTO CANAL https://portocanal.sapo.pt/noticia/352500


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